Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine
Férias. Eles falam que é tudo de bom. Bom mesmo é rever a família e amigos. Depois de mais de cinco anos eu voltei para visitar minha cidade São José dos Campos em SP. Se você ainda não conhece São José, não acho que vá fazer muita diferença na sua vida. Só se lembre dela quando você estiver viajando em voos domésticos e por uma mera coincidência estiver dentro de um dos aviões construídos pela Embraer. Se você já fez uso de um de seus jatos, São José dos Campos fez parte da sua vida.
Rever meus pais foi revigorante. Mais prazeroso ainda foi levar minha filha para conhecer pontos marcantes da minha vida. Ela, pobrezinha, encarou essa sessão nostalgia com grande paciência. Por muitas vezes eu me peguei pensando se ela estava aproveitando a viagem onde muitas vezes ela deve ter se sentido como um peixe fora da água. Isso eu percebi realmente quando em um almoço com meus padrinhos de casamento, ela não balbuciou uma palavra, tomou o seu guaraná e aguentou com força a pressão exercida pelo pai de ficar ali. Eu reconheci que ela não queria estar ali, por isso, depois desta demonstração de companheirismo eu agradeci a presença dela e prometi não mais levá-la onde eu imaginaria que ela não ficasse confortável.
Mais do que um momento de descanso essas férias tiveram um significado especial, por ser como que um momento de transição entre a minha atividade de trabalho e agora a volta como um estudante em período integral. Esta última semana eu passei dentro dos muros de Faculdade conhecendo um pouco mais sobre o programa, me aclimatando com o ambiente e iniciando um processo reconhecimento daqueles que serão parte do meu dia a dia nos próximos dois anos. Posso dizer que não poderia ter sido melhor, não fosse um resfriado forte que me pegou e que quase me deixou de fora de um dos dias mais esperados que foi o da entrega do material clínico.
O que eu posso falar de maneira generalizada sobre esta semana é a respeito da organização mostrada. Querendo ou não, administrar mais de duzentos novos alunos não é tarefa fácil e acredite quando eu digo que é gente pra xuxu! A turma que inicia as aulas este ano letivo é composto de 117 novos alunos que se graduarão em 2027 – os chamados DMDs – e outros 100 novos alunos – eu incluído – que graduarão em 2025 – os chamados AS. A congregação de todos em um mesmo ambiente aconteceu rotineiramente nos cafés da manhã e almoço oferecido pelo comitê de recepção. Cada uma das classes foi dividida em grupos nomeados por nomes dentro de Odontologia – como Fauchard, Hutter (o último Dean) – e áreas reconhecidas dentro do Estado de Massachusetts como Worcester, Gloucester e por aí vai...
Cada um destes grupos era liderado por um Embaixador, um aluno que se voluntariou para acompanhar os alunos recém-chegados, orientar e apresentar as instalações. Mais do que embaixadores, estes alunos se mostraram prontos a dirimir quaisquer dúvidas que tivéssemos dentro de qualquer âmbito questionado. Provas, aulas, relacionamento entre professor e aluno, tudo esteve a pronta disposição de quem quer que perguntasse e isso demonstrou um grande comprometimento por parte destes voluntários que literalmente vestiram a camisa para apresentar aos novos alunos aonde eles estavam entrando.
O resumo de tudo converge em uma única realidade: é um programa intenso, difícil e exigente. Todos os que desejam chegar ao final devem se dedicar ao máximo, ter uma vida regrada e bem organizada, não deixando de lado a saúde física e mental, assunto este abordado várias vezes nas palestras que tivemos, mas que no final culminará não somente na obtenção de um Diploma, mas na semeadura de uma nova vida que trará bons frutos no futuro.
Mais para vir. Estou entusiasmado. Ainda tossindo por conta deste resfriado que me abalou, mas não me derrubou.
Um abraço e sucesso sempre!