Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

29 de julho 2022

29 de julho 2022

             Você já ouviu falar no Dr. Ian Grayson? Provavelmente não. Eu também, até o dia que eu decidi procurar algum artigo na internet falando sobre Residentes em Endodontia com mais de 50 anos. Imediatamente o site da American Association of Endodontists (AAE) apareceu e trouxe o artigo “It’s never too late: A Story of Commitment and Perseverance”. Neste artigo escrito pelo Dr. Joel Dunsky ele conta a trajetória do Dr. Ian Grayson, Dentista Canadense que depois de 33 anos dedicados à prática privada no Canada, decidiu buscar sua Residência em Endodontia nos Estados Unidos.

            No artigo o autor conta que muito cedo durante o processo de aplicação o Dr. Grayson percebeu que existia uma tendência muito grande em não aceitar candidatos depois de uma determinada idade, dizendo que ele era muito velho ou que não seria capaz de terminar o programa. Completa ainda o texto dizendo que ele perseverou e conseguiu uma entrevista para o programa de 3 anos da Universidade de Harvard em Boston. Suas credenciais, cartas de recomendação e entrevista convenceram o comitê de seleção da dar-lhe uma chance, e em 2016 ele obteve a Certificação como Endodontista mais o título de Mestrado sendo o aluno mais velho a completar o programa na história da Universidade. Neste processo ele ainda foi aprovado no NERB, – hoje CDCA – completou o Fellowship na Royal College of Dentist of Canada e obteve o reconhecimento do American Board of Endodontists, maior reconhecimento oferecido a um Endodontista nos Estados Unidos. Para completar a trajetória, o Dr. Grayson recebeu a oferta para se tornar Professor da Universidade de Harvard no programa AEGD oferecido pela instituição. O texto termina dizendo: “Nada mal para um velho com um sonho”.

            Não tem como não se inspirar com uma história destas. Eu me inspirei e decidi buscar mais informação diretamente da fonte. Só que eu não procurei o autor do artigo, o Dr. Joel Dunsky. Eu encontrei o contato direto com o próprio Dr. Ian Grayson.

            Muito sem jeito de como iniciar a conversa eu fui direto ao ponto. Disse quem eu era, onde trabalho e os meus planos. Disse que sua história me inspirou e perguntei para ele sobre a minha preocupação de ser aceito em um programa por conta da minha idade. Ele riu. Disse que eu ainda sou muito jovem e contou que mesmo sendo o mais velho da turma, foi o que obteve as maiores notas durante o programa, graduou-se como o melhor aluno da turma e foi o primeiro de todos a obter a certificação emitida pela American Board of Endodontists.

            Eu fique muito entusiasmado sabendo que a possibilidade de ingressar em uma Residência em Endodontia nos Estados Unidos poderia tornar-se realidade, mesmo tendo mais de 45 anos. Era necessário eu conseguir um pacote de aplicação perfeito, com cartas de referência de gente graúda, uma carta de intenção bem redigida e um Curriculum bem estruturado a fim de conseguir obter, assim como ele, uma chance para uma entrevista.

            Foram sete instituições onde eu apliquei. Iowa, Michigan, Connecticut, West Virginia, Virginia, Texas na Universidade de Houston e Carolina do Norte. Programa por programa eu fui completando as aplicações, pagando individualmente, enviando fotografias e documentos extra. Uma a uma tendo um “check mark” ao lado de seus nomes da minha lista. Dois dias depois do início das inscrições os documentos estavam completos, pagos e enviados. Agora era somente a hora de esperar um e-mail me convidando para uma entrevista.

            Todos os dias entre um paciente e outro eu ficava de olho para ver se a minha caixa de mensagem mostrava ter recebido um e-mail com um convite. Passaram-se as duas últimas semanas do mês de maio e nada. Depois da terceira semana de junho eu me lembrei de ter visto um fórum online de gente que aplicava para programas de residência e trocavam informações a respeito de datas, documentos e experiências passadas e adquiridas.

            Foi, então, quando eu descobri o motivo por que tanta gente me falava para enviar as aplicações logo no início do ciclo. A Endodontia é a disciplina que inicia o processo de entrevista, mesmo antes de concluir as datas limite para as inscrições. Um exemplo? A Universidade do Texas em Houston tinha como data limite para sua inscrição o dia primeiro de agosto, mas agendou a entrevista para o dia 15 de julho. Quando eu vi isto, eu gelei, porque já tinham se passado a primeira semana de julho e eu não tinha recebido nada. Dia após dia eu fui vendo no fórum a lista das Escolas com as datas em que os convites tinham sido enviados e os respectivos dias para entrevista. Iowa, Michigan, Virginia, West Virginia, Texas in Houston, Connecticut e Carolina do Norte. Todos os convites enviados e nada na minha caixa de mensagem. Bom... tinha que partir para o plano B.

            O plano B não era bem o plano B inicialmente. Antes de pensar em fazer residência em Endodontia eu sempre pensei em fazer o Advanced Standing Program na Universidade de Boston. Validando o meu Diploma eu sabia que poderia trabalhar em qualquer consultório nos Estados Unidos, mas decidi partir para a Residência porque eu poderia me aprimorar de maneira mais profunda em Endodontia e poderia fixar residência entre alguns Estados que aceitassem o meu Diploma do Brasil tendo feito Residência em solo americano. Isso certamente não seria problema.

            O plano B reiniciou todo o processo de preenchimento de formulários, contato com agora professores da faculdade para as cartas de referência e algumas alterações na carta de intenção. A única coisa que ficou faltando para eu enviar a inscrição foi a carta da Diretora da Faculdade que na época estava de férias e disse que trabalharia nela assim que retornasse ao trabalho. Para ter certeza de que a Universidade não recebesse a aplicação com este documento faltando eu decidi esperar pela carta e, uma vez com ela enviada eletronicamente, eu pagaria a aplicação e enviaria.

            No final do dia de uma sexta feira eu cheguei em casa com a garganta doendo. Achei que estivesse resfriado por conta deste entra e sai de ambientes com ar-condicionado. Com o calor que estava fazendo aqui no Cape Cod, era normal este tipo de reação. Acontece que pouco depois que eu cheguei em casa, eu comecei a ter calafrios, sintoma típico de gripe e, atualmente, gripe se confunde muito com COVID19. Fiz o teste e deu positivo. Ainda que com 3 doses de vacina no corpo, esta cepa do COVID me pegou e me fez sentir muito mal por 24 horas. Uma péssima noite dormida e 5 dias de gancho, tendo sido orientado a ficar em casa até a quarta feira. Se até quarta feira eu não tivesse apresentado mais febre ou tido a necessidade de tomar nenhum antitérmico eu estaria liberado para voltar a trabalhar no dia seguinte.

            O final de semana eu passei trancado no meu escritório, alternando a presença na cozinha para me alimentar, dormindo e procurando me distrair entre a sala de TV e o meu escritório que se localizam no Basement da minha casa. Minha esposa e filhas permaneciam longe nos andares superiores de casa. Neste momento, quanto menos contato melhor. Na quarta feira de manhã eu fiz o teste de COVID caseiro e para minha grata surpresa eu estava negativo, mas mais surpreso ainda eu fiquei quando abri a minha caixa de e-mails. Ali estava uma mensagem oriunda da Universidade da Carolina do Norte me convidando para uma entrevista que aconteceria dali 9 dias.

            Eu quase não acreditei!! Eu consegui uma chance! A chance que eu tanto precisava estava ali bem na minha frente e eu não poderia deixar passar. Imediatamente eu quebrei o protocolo e fui direto falar com a minha esposa – agora também em quarentena por causa do COVID – contar que eu tinha sido chamado para uma entrevista. Liguei para minha Diretora e contei o acontecido para ela, coordenamos o reagendamento de alguns pacientes e então comecei a me preparar para a entrevista. Este preparo consistiu basicamente em estudar, esmiuçar e quase que memorizar o site da UNC – University of North Carolina. Tudo, tudo o que eu podia ler e aprender eu li e aprendi. Fiz uma aula prática de entrevista com a Júlia Kirst (clique no nome para visitar seu website) que me ajudou a preparar o meu Curriculum, a Carta de intenção e no dia e meio antes da entrevista. Já em Chapel Hill na Carolina do Norte, eu revisei todas as informações obtidas sobre o programa, Residentes e seus nomes, história da Universidade e tudo mais que fosse necessário saber para fazer uma boa entrevista. Eu estava pronto.

            Como não poderia ser diferente eu acordei muito cedo. Aquela noite tinha sido muito bem dormida, mas ainda que eu tivesse ido dormir cedo o meu relógio biológico parece ter entrado em conflito com a falta de serotonina dentro do meu cérebro por conta da ansiedade presente e tudo isso me fez acordar quase uma hora e meia antes do início do café da manhã começar a ser servido no hotel. Sem ter muito o que fazer eu fui de novo para frente do computador continuar a estudar mais sobre a Faculdade, o programa e rever os nomes e fotografias dos nove Residentes.

            Se você acompanha o blog www.drjackcosta.com você deve estar familiarizado com um projeto que iniciei no inicio de 2020 entrevistando Dentistas Brasileiros nos Estados Unidos. Dentre os Dentistas entrevistados o Dr. Antonio Moretti, professor do Departamento de Periodontia da UNC foi uma grata surpresa. De voz mansa e coração aberto, ele se mostrou muito solícito para esta conversa nossa conversa online – você assiste a esta entrevista aqui. Pois bem, o Moretti me convidou para uma breve conversa em seu escritório alguns minutos antes da minha entrevista. Sabendo que precisava ser pontual, fiz questão de chamar um Uber com pelo menos 30 minutos antes do horário combinado. Como eu vi pelo Google maps que o trajeto entre o hotel e a Faculdade não demoraria mais do que sete minutos, logo que eu cheguei ao prédio eu me dirigi a uma mesa que estava localizada bem na entrada e fiz uma hora por ali. Revi as minhas anotações e pouco antes do horário marcado eu me dirigi ao seu escritório.

            O Moretti é um cara fora do normal. Quanta gentileza e atenção. Sentamo-nos e conversamos sobre os meus planos, o trabalho que eu venho desenvolvendo atualmente no Ellen Jones Community Dental Center e as minhas expectativas sobre a Residência. Ele me passou um breve histórico da Faculdade que me foi muito útil durante a entrevista e quando vi já era hora de me dirigir para o prédio onde a entrevista aconteceria. Muito gentilmente ele se dispôs a me levar até lá, despedimo-nos com ele me desejando boa sorte.

            A maratona estava começando ali.

            Mesmo tendo chegado com dez minutos de antecedência, já estavam presentes 4 outros candidatos. Três rapazes e uma moça. Cada um se apresentou falando seus nomes e iniciando uma conversa breve até a chegada dos membros da equipe de Endodontia. Logo depois que eu cheguei outros três candidatos chegaram. Dois deles, ainda alunos da graduação e uma última moça que, para a surpresa de todos, tinha viajada da Tailândia para esta entrevista. Disse que estava com o sono muito atrasado e que tinha voo marcado para o dia seguinte de volta para casa e ainda tinha que atender pacientes dali 72 horas! Se isso não se chama comprometimento eu não sei como chamar.

            Ao contrário do que eu esperava a parte da entrevista que compunha o almoço não começou na hora. Quase 15 minutos depois 2 residentes trouxeram seis caixas de pizza e 3 garrafas de dois litros de refrigerante. Pizza para todos e vamos começar a interagir. Comecei me apresentando para o Residente do terceiro ano que parecia mais calado. Estendi a mão e com um “hello nice to meet you” ele repetiu o gesto e conversamos brevemente. Procurei não me ater somente a uma pessoa e tentei interagir, não somente com os Residentes, mas também com os demais candidatos e funcionários. Conheci a chefe das Dental Assistants e conversei um pouco sobre os dias dentro do exército americano com um dos Residentes do primeiro ano. Ele foi enviado uma vez para o Afeganistão e, antes de ingressar na faculdade de Odontologia lá mesmo na UNC, ele trabalhou dentro do destacamento médico dos boinas verdes.

            Quando o chefe da Residência fez a sua introdução formal ele dividiu os candidatos em grupos. O meu grupo composto por três de nós fomos enviados para a Clínica de Endodontia onde deveríamos fazer uma cirurgia de acesso em manequim no dente número 3, ou como compreendido no Brasil e demais partes do mundo o 16, ou ainda o primeiro molar superior direito. Não foi nada complicado. Ainda que tendo uma imagem radiográfica do dente de plástico disponível na tela do computador o acesso não se mostrou em nada difícil. Tínhamos 45 minutos para concluir o preparo e em pouco mais de 15 já estava tudo terminado. Durante o tempo restante eu procurei conversar com os Residentes que estavam ali, tentando marcar presença e conhecer ainda mais sobre o programa de Endodontia. Tive a oportunidade de conversar com uma das Dental Assistants que estava ali preparando a clínica para o próximo dia de trabalho e perguntei algumas coisas para ela sobre a sua rotina diária.

            Da prova prática fomos direcionados para a sala onde tivemos o almoço. A próxima etapa do processo seletivo era a leitura crítica e análise de um artigo científico. Para esta parte eu tive auxílio prévio da minha professora de Endodontia da Faculdade, Sandra Márcia Habitante, que tão gentilmente se dispôs a fazer um encontro virtual comigo para me dar alguns direcionamentos de como fazer esta leitura e interpretação de um artigo. Cada dica que ela deu foi utilizada e em pouco mais de 30 minutos eu estava com tudo concluído e pronto para a última etapa que era a entrevista propriamente dita.

            A entrevista foi dividida em 2 partes. Dois Professores liderando cada uma delas tinha ao seu lado 5 outros membros da disciplina sendo que pelo menos um residente estava presente. Os demais membros eram Dental Assistants e funcionários da parte administrativa. Minha primeira entrevista se deu com o Chefe da Residência, um Endodontista com formação acadêmica em uma Universidade de Inglaterra que, de maneira interina, vem ocupando a chefia do programa – soube durante o dia que o novo chefe recém-contratado chegará no próximo mês, a saber, dia primeiro de setembro. Perguntas como “Porque a UNC?” ou “Porque Endodontia?” e ainda “Porque agora na sua vida?” foram perguntas feitas e anteriormente treinadas. Eu sabia perfeitamente o que responder a não hesitei em aumentar ainda mais o escopo da minha conversa conforme eu observava o brilho nos olhos demonstrando interesse por parte dos entrevistadores. De todas as perguntas de que me preparei a única que não me foi feita foi: “Você tem alguma sugestão de tema para pesquisa a ser desenvolvido durante o seu tempo aqui?”. Eu achei interessante não me terem feito esta pergunta, justamente porque das informações que eu levantei sobre o que se é perguntado durante a entrevista é justamente se o tema sugerido pelo candidato ia de encontro à linha de pesquisa desenvolvida pela Universidade. Eu tinha tudo na ponta da língua e estava pronto para responder, mas nada me foi indagado. Fiz algumas perguntas quando me deram a oportunidade e logo em seguida fui para a segunda entrevista. (Para ser bem sincero, eu creio que o tempo dedicado para a entrevista esgotou e por este motivo não me perguntaram sobre alguma pesquisa a ser sugerida. Tudo bem, se a segunda turma me fizesse esta pergunta eu poderia responder).

            A segunda parte da entrevista foi um pouco mais descontraída, eu senti. Acho que estando já na “vibe” daquele processo eu tive um pouco mais de articulação e me senti um pouco mais a vontade. Tive uma interação maior com um dos residentes perguntado sobre a sua rotina diária na clínica, aulas e atividades bem como uma breve e franca conversa com a coordenadora da clínica de Endodontia que se mostrou muito atenciosa e pronta para responder qualquer questionamento sobre a dinâmica de pacientes e Residentes dentro do programa. Dela veio a pergunta que me fez pensar por mais tempo para oferecer uma resposta convincente. Ela me perguntou se eu sentiria alguma dificuldade em mudar e eu disse que sim, mas esta dificuldade seria física, como sair de Massachusetts para Carolina do Norte, mas nada que planejamento e tempo suficiente para mudança fossem problema. Ela acenou com a cabeça. Com este sinal eu percebi que tinha entregado uma boa resposta.

            No final do dia, todos nós nos dirigimos para um hotel nas proximidades da Faculdade para um happy hour. Cada um pediu um drink, ofereceram alguns aperitivos e ali, sem muita formalidade, paletós e gravatas foram retirados. Sentados no pátio do hotel onde uma banda com música ao vivo oferecia sons dos anos 70, 80 e 90. Todos que participaram da entrevista estavam descontraídos. Candidatos, professores e funcionários. Sendo sabedores de que este happy hour também era parte da entrevista, mesmo sem paletó e gravata todos os candidatos permaneceram no seu melhor comportamento, interagindo entre si e com os professores para poder deixar a última melhor impressão.

            Já de volta ao hotel eu liguei para minha esposa contando como foi o dia. Eu saí da entrevista bem confiante, mas não confiante de que a vaga já era minha. Eu estava confiante de que eu tinha dado o meu melhor e acreditava que eu tinha tido um bom desempenho ali, não somente na prova prática, leitura crítica ou a entrevista propriamente dita. A equipe toda foi fenomenal e foram capazes de fazer aquele dia que tinha tudo para ser muito estressante, uma coisa tranquila. No dia seguinte eu voltei para casa embarcando logo cedo procurando deixar a ansiedade de lado para os próximos dois dias, pelo menos até terça feira no final do dia, quando teríamos a resposta enviada para nossos e-mails.

            Mas foi antes de terça feira.

            Na segunda feira depois do trabalho eu estava no meu escritório passando o tempo, pensando no que tinha acontecido e esperando realmente a reposta a chegar no dia seguinte. Quando eu me levantei do sofá e fui desligar o computador eu vi que o Chefe do Programa tinha me enviado um e-mail. Meu coração pulou e quase saiu pela minha boca. “Mas já?”, pensei? Eu queria abrir a tela toda com a resposta toda escrita em letras grandes bem na minha frente.

            Eu não fui selecionado. O Diretor do programa disse que foi um prazer ter me entrevistado e ouvir sobre a minha paixão por Endodontia e o meu desejo de ajudar aos menos favorecidos. Disse que ainda que a minha aplicação tenha sido sem sucesso o meu nome fora adicionado como reserva caso alguém desistisse da vaga. Quem em sã consciência desiste de uma vaga de Residência em Endodontia em uma das Universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos? Talvez uma outra vaga aberta em um programa de maior preferência pessoal. Ou quem sabe alguém que não se sinta preparado para enfrentar os requerimentos exigidos. Quem sabe?

            No final das contas, as pessoas com quem compartilho esta história têm as mesmas palavras: “Não foi agora por que não era para ser”, ou “Deus sabe o que faz e na hora certa você vai conseguir uma coisa melhor”.  Eu concordo e não questiono a soberania de Deus, mesmo quando fui acusado por gente próxima por não demonstrar fé quando disse que tinha ficado decepcionado. Não acho que ficar decepcionado signifique falta de fé, afinal eu investi tempo e dinheiro nesta jornada. Eu sabia que tinha muita chance, por conta da minha experiência clínica e trabalho junto à comunidade local. Ter o nome adicionado em uma lista de espera dá, sim, um sentimento de esperança, mas uma esperança que acaba entrando em conflito contra a ansiedade de continuadamente ficar observando a caixa de e-mails para receber o tão esperado e-mail dizendo: Congratulations!

Enquanto isso a gente segue com a vida.

            Um abraço e sucesso sempre!

Acabou?

Acabou?

Entrevista

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