Rotina de Estudo e Preparo
Tudo começou como que um empurrão. A frase “Vai e não olhe para trás.”, vindo de quem veio, foi o que faltava para aquela decisão que definiria o meu futuro. Os termos “Advanced Standing Program”, “National Board Dental Examiners” e “intent letter” eram coisas completamente desconhecidas até então. Na verdade, até aquele momento a minha possibilidade de trabalho nos Estados Unidos como Dentista era uma coisa totalmente obscura. Era uma coisa impossível. Quatorze anos depois, estamos aqui vivos e fortes certos de que até aqui Deus tem nos ajudado. E assim pretendemos continuar.
Acho que a melhor maneira de poder ajudar quem há tanto tempo vem nos seguindo é contar como foi a minha rotina de estudo para a prova do Integrated National Board Dental Examiners (INBDE). Antes de mais nada, porém, quero deixar muito bem claro que eu não quero colocar aqui nenhuma fórmula infalível de aprovação. Eu estou longe de ser o exemplo de estudante modelo. Quero com esta postagem contar um pouco da minha experiência e, quem sabe, inspirar outros colegas que tenham o interesse de buscar a aprovação neste exame.
Primeiramente, um pequeno preâmbulo sobre esta prova:
Uma pergunta muito frequente sobre este exame diz respeito à sua metodologia de pontuação. Infelizmente esta é uma resposta que eu não tenho como responder porque eu realmente não tenho a mínima idéia do critério que eles utilizam. A dedução mais lógica que eu concluí, foi de que eles utilizam a famosa “curva de bell” onde eles pegam a média do resultado obtido dentre um determinado período e aplicam o resultado de maneira estatística. Eu não sei nem se esta última afirmação faz qualquer sentido. O fato é que pelo que eu entendi durante as minhas pesquisas é que dependendo do número de pessoas realizando a prova, se a quantidade de respostas corretas é grande dentro daquela média a quantidade de respostas corretas necessárias para dar o valor 75 – nota mínima de corte – aumenta. Se a quantidade de pessoas realizando a prova obtém menos respostas corretas a quantidade de respostas necessárias para a nota mínima de corte diminui.
Se fez sentido até aqui, então, a conclusão que cheguei foi que os candidatos para este exame que vêm de fora dos EUA para fazer a prova devem evitar fazer este exame na mesma época que os alunos americanos também estão fazendo. Se um candidato de fora realiza esta prova na mesma época, ele(a) estará sujeito a se igualar ou superar o número de respostas corretas de candidatos que vêm se preparando para este exame dentro de Faculdades de Odontologia, com aulas dedicadas para a realização desta prova, com exames simulados e discussões sobre o assunto. Minha sugestão, então, é evitar fazer a prova entre os meses de dezembro – janeiro e junho – julho, quando a quantidade de alunos locais está fazendo o exame aumenta consideravelmente.
Não dá para descrever uma metodologia de estudo que consiga oferecer certeza de aprovação. Depois de muitos anos eu percebi que isto é uma coisa muito pessoal. Eu aprendi que para ter um bom desempenho eu preciso ler e escrever. Para outros, basta ler. Outros ainda precisam ler em voz alta. Procure saber qual a melhor técnica de estudo que se adeque a você, mas mais do que técnica de estudo a minha sugestão é a criação de uma rotina diária (pleonasmo?). Crie uma rotina de estudos para que você se policie e se faça investir um determinado número de horas por dia para se dedicar exclusivamente à sua preparação.
A minha rotina se dava todos os dias depois do trabalho. Depois de chegar em casa eu tomava um lanche com a minha filha e minha esposa e a partir das seis da tarde eu me colocava na frente do computador no meu escritório e permanecia ali até que eu sentisse que era a hora de parar. Isso geralmente se dava quando a minha cabeça começava a divagar sobre outros assuntos. Em termos de materiais de estudo, eu utilizei vídeos online de aulas especificas dentro da Odontologia e três aplicativos (1, 2, 3) com questões sobre os assuntos da prova.
O formato criado por estes aplicativos me ajudou bastante porque ao mesmo tempo que me dava a pergunta para testar o meu conhecimento naquele momento, ao errar o item marcado, imediatamente a resposta correta era mostrada com a explicação sobre o assunto. Eu, então, fazia a anotação sobre aquele assunto no meu caderno de notas, fazia anotações em fichas com o assunto de um lado e a descrição sobre este assunto na parte posterior. Mas, mais do que me preparar para esta prova, uma coisa que me marcou muito foi uma dica que eu recebi do meu Pastor quando disse que eu estava com intenção de fazer este exame e falei da dificuldade da prova em si e a necessidade de preparo intenso. Ele sugeriu para que quando eu estivesse estudando, eu não tivesse em mente exclusivamente ser aprovado, mas que eu estudasse visando melhorar e aumentar o meu conhecimento clínico e prático. Acredite ou não, esta dica fez uma grande diferença para mim, porque eu entrava dentro do meu escritório não pensando em passar na prova, mas em me tornar um profissional mais bem qualificado.
O dia a dia no trabalho ajudou muito também a sedimentar aquilo que eu vinha estudando e revendo. Os medicamentos usados e seus mecanismos de ação começavam a fazer muito mais sentido para mim. Este eu creio que seja o conhecimento que nunca mais deixará de fazer parte do meu dia a dia e certamente me ajudará a trazer um atendimento de melhor qualidade para meus pacientes.
No final das contas antes de iniciar o seu plano de estudo é preciso fazer uma autoanálise e saber exatamente qual a melhor técnica de estudo que se enquadra no seu perfil. Utilize as ferramentas disponíveis. Hoje em dia existem aulas online, vídeos e material de estudo de muita qualidade e que certamente somado ao seu desejo de sucesso, irá te levar onde você deseja.
Não desista!
Um abraço e sucesso sempre!