90 Dias Depois
Ainda que um pouco afastado do blog por algumas semanas, estive ausente deste mundo virtual e tive a oportunidade de fazer algumas reflexões sobre este período que estamos vivendo e algumas outras reflexões sobre como eu posso mudar e agir daqui para frente.
Sobre este período de pandemia, está muito difícil compreender exatamente a grandeza e proporcionalidade desta série de eventos que, de uma forma nunca vista antes, abrangeu todo o mundo. Todos os cinco continentes acabaram tomando o mesmo caminho do afastamento social para que a “curva fosse achatada” e a progressão da doença ficasse restrita ao mínimo possível. Mínimo de mortes possíveis..., mas não foi bem isso que aconteceu. Muito mais do que salvar vidas alguns governos e governadores no mundo inteiro acabaram politizando este problema de saúde a fim de ganhar votos ou a simpatia de parte da população. Sinceramente não vou me ater a detalhes aos quais não domino e vou continuar sem fazer proselitismo político (“proselitismo politico” seria uma redundância?).
A maneira com que esta pandemia e quarentena me afetou foi de uma certa forma boa. Mas ruim também. Foi boa porque eu comecei a fazer pelo menos 30 minutos de exercícios todos os dias, mudei minha dieta e hábitos alimentares. Cortei açúcar, farinha, arroz, massa, refrigerante e tudo mais desnecessário para uma vida saudável. A ruim foi que eu cheguei a essa atitude de mudança de hábitos vida por conta de uma recém diabete tipo 2 diagnosticada. Na verdade, eu não me surpreendi muito. Nem poderia. Com histórico familiar da doença pelos dois lados – pai e mãe – comendo desenfreadamente e não me exercitando só mesmo sendo muito burro para não colher este resultado catastrófico. Mas o fantasma parece não ser tão ruim quanto eu imaginei.
Infelizmente a diabete tipo 2 é uma condição que dificilmente vai ser afastada da minha vida daqui para a frente. Se anteriormente eu não tinha ou mantinha hábitos saudáveis, pelo menos a partir deste momento na minha vida eu ter condições de me cuidar melhor. Se a primeira metade da vida foi de falta de cuidado, a segunda metade pode ser um pouco melhor. Os hábitos antigos são muito difíceis de serem mudados, mas não é uma tarefa impossível. Tenho me adaptado muito bem a uma dieta mais leve, alimentação a cada 3 horas com lanches com baixa caloria e refeições cobertas de carne branca grelhada, folhas verdes e queijo branco. Tudo com moderação. Açúcar processado quase nada. Alias... nada. Bom... quase anda. Não posso mentir. Mas comparado ao que era antes é uma fração infinitesimal. O acompanhamento diário dos níveis de glicose tem corroborado isso, mas não sei em qual proporção eu atribuo à dieta e exercícios e a administração de medicamentos. Tudo bem, no final ver a curva da glicemia baixando é o que mais importa.
Se essa pandemia serviu para alguma coisa, eu diria que foi para que eu me jogasse no precipício por onde eu rondava uma boa parte da minha vida. A pré diabete foi diagnosticada há mais ou menos uns 4 anos, mas tudo estava bem. Todos os anos meu médico dizia a mesma coisa: Dieta controlada e exercícios. Como todo ser humano incapaz de atender a orientações profissionais eu precisei ter esta chacoalhada na vida para precisar mudar. Alimentação com porções controladas, vegetais, carne branca, sem farinha ou alimentos com muito amido. O problema é que o nosso organismo gosta tanto de açúcar que qualquer coisa que você coloque dentro dele acaba sendo transformado em... açúcar. Quer dizer... glicose... que é o combustível celular...ou seja... não dá para fugir dele.
Mas dá para fugir do desnecessário.
Se sua saúde é de ferro, você se alimenta bem, tem hábitos saudáveis, não fuma, não bebe, qual a razão de viver? Haha! Não! Existe muito mais razão para viver do que fumar e beber. Não é isso que eu quero dizer. Se você se atém a uma vida saudável viva sempre com moderação. É possível comer um pouco de tudo. Tudo em exagero nos leva a resultados que não desejamos. Viva em paz com suas decisões e tome responsabilidade por cada uma delas. Eu não posso culpar ninguém pela inabilidade que as minhas células desenvolveram de absorver a glicose do meu sangue. Mea culpa. Agora é viver um dia de cada vez lembrando que para um dia a mais na vida eu vou precisar comer menos do que eu gostaria. E seguimos em frente.
Um abraço e sucesso sempre.