Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

Linha do Tempo

Linha do Tempo

            O ano está quase acabando. Eu me lembro quando era criança e o Natal e Ano Novo demoravam um monte de dias. Era tudo sempre muito mais demorado para chegar. Também tinha aquela expectativa de se terminar bem o ano, para passar de ano na escola e pelo menos garantir uns presentes no Natal. Era época quando a adrenalina corria solta e toda vez que eu pensava no resultado das notas da escola um frio na espinha subia e descia. Não sinto falta.

            Este ano eu coloquei um proposito pessoal de ler mais. Quando eu estava na Faculdade meu finado professor de Odontopediatria gostava muito de desafiar seus alunos. Os maiores desafios ficavam para os de Especialização quando ele obrigava a todos no inicio do programa a ler obras clássicas da literatura brasileira. Macunaíma era o seu predileto. Mas o nosso desafio era iniciar um processo que, segundo ele, poderia moldar o nosso futuro. Envolvia também a leitura. Ele sempre disse que a Odontologia era uma profissão que limitava muito a cabeça dos Dentistas. Toda e qualquer encontro a única coisa que se fala é sobre Odontologia, consultório, pacientes e assuntos relacionados ao mundo dentário. Para ele isso era muito ruim, porque um Dentista aquele que sempre ficaria calado em encontros sociais onde os presentes não fizessem parte do seu mundo. Ele estava dizendo que o Dentista não tinha cultura geral e, para isto, fez a afirmação de que as pessoas devem pelo menos ler um jornal por dia, uma revista por semana e um livro por mês.

            Eu não tenho paciência para ler. E não me envergonho disto. Eu falo mesmo e não tem por que esconder. Depois que eu aprendi sobre os “audiobooks” ... ah... a minha vida se transformou. É outra história e, para mim, muito melhor. Somente este ano eu terminei 6 deles. Foi metade do que se esperaria, mas para mim foi uma grande vitória.

            Neste exato momento eu estou lendo uma obra de um Pregador chamado Ravi Zacharias. Ele é um preletor e apologista que viaja o mundo defendendo a fé cristã. Um cara muito inteligente e eu aconselho quem se interessar sobre o assunto a dar uma olhada nos vídeos dele no Youtube.

            No livro que estou lendo “A Logica de Deus” ele conta uma história sobre um momento de sua vida fazendo a análise de que as coisas que acontecem ou deixam de acontecer é o que nos traz até onde estamos. Parece uma coisa óbvia e desnecessária, mas o ponto que ele quis trazer foi o de que os nossos planos nem sempre são os planos que Deus tem para nós e aqui eu gostaria de contar a minha história, contar o meu plano de vida e que o que eu tinha planejado para minha vida não foi nada daquilo que Deus quis para mim.

            Depois que entendi que a Odontologia era o caminho que eu queria para mim, eu não tive muita dificuldade para decidir para onde eu iria, para qual Escola eu queria ir. Morando em São José dos Campos – SP, a escolha óbvia era ingressar na unidade da UNESP. Quase todos os Dentistas que eu conhecia – amigos, primos e outros parentes – tinham vindo de lá. A UNESP era o meu objetivo. Eu não precisaria sair de casa, era relativamente perto de onde eu morava e me daria status dentro da profissão por poder me graduar em uma das mais conceituadas Faculdades de Odontologia no Brasil. Colegial e cursinho... foco na UNESP SJC.

            Ao final do Colegial eu tinha uma leve esperança de ter sido aprovado, mas eu não tive sucesso. Teria ainda uma outra chance no ano seguinte me preparando exclusivamente para esta prova e não olhando para mais nada. Meu irmão passou na USP em Ribeirão Preto para Odontologia e eu tinha na cabeça a idéia fixa de que a UNESP SJC era o meu destino.

            Chegando próximo à época do Vestibular minha mãe sugeriu que eu fizesse inscrição para a UNITAU – Universidade de Taubaté. Lá? Sério mesmo? Na hora que ela me falou eu fingi que não escutei, mas o fingimento acabou quando ela me colocou dentro do carro e me levou até lá para fazer a inscrição. É... tudo bem... eu estou me preparando para um curso com uma concorrência de quase 50 candidatos por vaga – que na época era muito alta – para uma Faculdade particular e sem a tradição que a UNESP oferecia. Fiz a inscrição e no dia da prova eu confesso não ter dado o meu melhor. Até hoje eu não sei como aquela minha redação não foi zerada.

            Nos dias da prova da UNESP eu sabia que tinha condições para passar. Condições plenas e absolutas. No ano anterior eu não tinha conseguido a aprovação, mas tinha gabaritado na prova de inglês. Eu sabia que conseguiria.

            O resultado saiu no dia em que a minha família estava no litoral norte de SP. Estávamos de férias e logo quando chegamos a Caraguatatuba pedi para meu pai parar em uma banca para comparar o jornal do dia onde a lista dos aprovados sairia. Lista da UNESP... não estava na primeira chamada, mas meu nome estava em oitavo lugar na segunda chamada; lista esta que saiu alguns dias depois. Eu precisava que 9 pessoas desistissem do curso para que eu fosse chamado. Neste interim a UNITAU lançou sua lista de aprovação. Eu passei. Meus pais vibraram. Eu nem tanto. Não era o que eu queria. Toda semana eu entrava em contato com a Diretoria da UNESP para saber se a lista tinha movido. Lentamente, um a um o meu nome ia subindo na lista. Fiz a matrícula para a UNITAU e comecei a assistir as aulas. Eu dizia para todo mundo que eu estava na lista de espera da UNESP e eu tinha chance de ser chamado.

            Quando estava a quatro posições na lista de espera, naquele dia, eu tive uma aula de Bioquímica e o Professor disse em aula que as listas de espera não deveriam dar esperança por muito tempo para os que aguardavam porque uma vez que as aulas começassem os candidatos em espera, ao iniciar o curso, teriam o numero de faltas contadas desde o inicio das aulas. Ou seja: se eu demorasse muito para ser chamado eu já imediatamente seria reprovado por faltas.

Eu tentei ainda uma última alternativa em uma terceira ou quarta chamada em Ribeirão Preto. Dirigi dez horas – ida e volta – em um dia para tentar alguma coisa na USP e cursar a mesma Escola que meu irmão estava fazendo. Em Taubaté, naquele dia, todos pensaram que eu tinha sido chamado na UNESP. Voltei e, resignado, terminei - quatro anos depois - a melhor escolha que eu não queria ter feito.

            Quando que eu saberia que seria em Taubaté que eu encontraria a minha esposa? Quando que eu saberia que a latência do meu sonho de me tornar Dentista nos Estados Unidos se iniciaria logo no primeiro ano do curso? Se eu tivesse ingressado na UNESP hoje eu não estaria onde estou, fazendo o que faço e vivendo com quem eu vivo. Os quase dez anos que permaneci no Brasil literalmente me moldaram para eu chagar aonde estou. Estes dez anos me ensinaram a valorizar o meu trabalho de uma maneira sem igual. Eu aprendi com muitos e hoje olhando para trás eu vejo que se eu tivesse seguido o caminho que eu queria, este blog mesmo não existiria.

            Meu pai tem um verso bíblico favorito. Salmos 37:5. “Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará.” Não há verdade maior na nossa vida. A gente pode fazer e ter os mais mirabolantes planos para nossa vida, mas quando entregamos nosso caminho para Deus ele tem o poder e a capacidade de nos tornar o melhor para a honra e glória do Seu Nome.

            Bom 2020! Um abraço e sucesso sempre!

Por Onde Começar? 2

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Fale a verdade!

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