Por Onde Começar? 2
Quando eu estava no ginásio – meados dos anos 80 – um dos assuntos abordados nas aulas de Estudos Sociais e Geografia eram os países de primeiro, segundo e terceiro mundo. Na verdade, países do segundo mundo eram simplesmente denominados os países do bloco comunista – URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), China, Cuba e os que compunham os países da chamada Cortina de Ferro. Daí, então, tinha os países do primeiro mundo (Estados Unidos, Inglaterra etc.) e os do terceiro mundo. O Brasil fazia parte deste último.
Ao contrário do que aprendemos sobre a Índia onde a sociedade era dividida em castas onde não existe chance de haver mudança no seu status, vivendo no Brasil a possibilidade e o sonho de buscar uma vida diferente em um outro país não era proibido pela sociedade, família ou a cultura. De uma certa forma o sonho e a possibilidade de poder mudar de país não era uma coisa muito citada nos meios escolares ou pela imprensa. O Brasil na época ainda vivia os resquícios da ditadura miliar onde o lema “Brasil: ame-o ou deixe-o” ainda era propagado. Não de uma maneira tão incisiva como nos anos 70, mas lá no fundo o pensamento de deixar o Brasil dava a impressão de que você não tinha amor pela sua pátria.
No meu caso eu acho que era mais pela minha vontade de conhecer o que eu achava ser o lugar de onde eu pertencia. Ter nascido nos EUA acabou me dando este sentimento de que alguma coisa estava faltando para mim. Viver no Brasil, somente, sem ter a oportunidade de conhecer alguma coisa diferente não me trazia muita satisfação. Meus pais sempre foram justos em não me oferecer o que não poderiam oferecer aos meus irmãos. Eles nunca me mandariam para um projeto de intercâmbio se não pudessem fazer o mesmo com seus outros dois filhos. Minha mãe dizia que seu eu chegasse aos Estados Unidos eu viraria “bucha de canhão” e seria enviado para o exército, para o meio da guerra. Acho que se eu tivesse uma queda pelo serviço militar – mesmo que estando no Brasil – eu não pensaria duas vezes. Eu certamente teria me alistado no Exército Americano – Marinha, Fuzileiros, Guarda Costeira ou Aeronáutica – e teria saído de casa há mais tempo. Mas o serviço militar nunca me apeteceu. Hoje, talvez, eu pensaria duas vezes. Ainda mais sabendo o que eu sei sobre o serviço militar. Mas este assunto já são águas passadas.
Mas para deixar o Brasil hoje em dia a impressão que se tem é que é mais fácil. Não burocraticamente. Eu digo em termos de informação. Antigamente era tudo no “achismo” e histórias que as pessoas contavam de gente que eles conheciam ou mesmo criavam dentro das poucas e parcas informações que eram obtidas. Eu mesmo fui vítima desta “desinformação” quando comentei em família que queria morar nos EUA. Fui pisoteado por membros da família que diziam que o salário que se ganharia aqui seria para morrer de fome. Mas tudo tem seu tempo e no final das contas eu posso dizer que cheguei aos EUA no momento certo da minha vida. Nem antes e nem depois.
Se o seu desejo é buscar se estabelecer em solo americano, primeiramente planeje muito bem os seus passos enquanto estiver no Brasil. Dentro da Odontologia existem diferentes formas. Já comentamos aqui neste canal sobre o Advanced Standing Program, já falamos também sobre o Advanced Education in General Dentistry (AEGD), GPR (General Practice Residency), Limited License no Estado de Massachusetts e a Residência dentro das áreas de Especialidade reconhecidas pela American Dental Association (ADA).
Planeje seus passos com antecedência. Não faça nada com pressa. Procure informações de fontes fidedignas e pessoas que conhecem o passo a passo a ser tomado. Não se iluda com “caminhos mais fáceis” e pesquise muito bem sobre o programa que você desejar trilhar.
Um abraço e sucesso sempre!