Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

Tocando em Frente

Tocando em Frente

            Esta semana completou um mês que eu fui fazer a minha entrevista na Universidade da Carolina do Norte (UNC). Demorou um pouco para eu finalmente aceitar fazer parte de uma lista de espera, aguardando que alguém desistisse do seu sonho para que eu pudesse realizar o meu. Ah... como o universo é injusto...

            Refletindo sobre estes acontecimentos e olhando para trás, há cerca de um ano, precisamente um ano passado, se você me perguntasse onde eu estaria ou o que eu estaria fazendo daqui um ano, certamente estar reclamando da vida por não ter sido selecionado em uma entrevista para Residência em Endodontia em uma das mais prestigiadas instituições de ensino Odontológico dos Estados Unidos, quiçá, do mundo não seria uma delas. Mas lá estava eu.

            Até setembro do ano passado as minhas aspirações se limitavam a trabalhar um dia de cada vez e trazer o sustento para a família. Ver a minha filha crescer, fazer o meu atendimento diário, ver meus pacientes, e viver em paz. Mas não foi muito bem o que aconteceu. Primeiro que a notícia da aprovação do meu irmão no INBDE foi a fagulha que disparou a mudança de pensamento. Mais do que alegre por ele ter conseguido tal feito, lá no fundo aquele espírito competitivo entre irmãos que estava adormecido há muito tempo me fez pensar: “Se ele pode eu também posso”. Eu sempre disse que eu tinha como meta a aprovação no INBDE mais como uma conquista pessoal, haja visto que no meu entendimento, se eu fosse aprovado neste exame eu me colocaria no mesmo nível dos Dentistas locais, afinal de contas eu fui aprovado no exame do CDCA – antigo NERB – e ter a aprovação no INBDE me colocaria no mesmo nível deles.

            O problema foi que a gente se dedica tanto para ser aprovado neste exame no INBDE que dizer que vai viver a vida simplesmente portando o sucesso desta aprovação como um troféu não é suficiente. Se eu vou me dedicar a ser aprovado neste exame, por que não aspirar conquistas maiores? Comecei, então, e vislumbrar outras possibilidades portando um resultado positivo na execução desta prova.

            Primeiro: Advanced Standing Program (ASP). Como já foi enumerado diversas vezes aqui neste blog, o programa ASP coloca você de volta na Faculdade de Odontologia, cursando o terceiro e quarto ano do curso. No final do segundo ano você recebe o seu Diploma de Odontologia emitido por uma instituição de ensino americana e a possibilidade de praticar a Odontologia em qualquer parte do território americano. Leva com você, também, uma dívida de quase duzentos e cinquenta mil dólares a serem pagos nos próximos 30 anos com aproximadamente seis meses de carência para começar a pagar. Os ganhos futuros de posse deste Diploma possibilitam o seu portador – uma vez bem empregado – quitar a dívida em suaves prestações, ter uma vida confortável e desfrutar dos benefícios sociais de ser um Dentista em solo Americano.

            Segundo: Residência em Especialidade. No meu caso eu selecionei a Endodontia por uma aproximação muito grande que eu tenho com esta disciplina desde os meus anos da Faculdade. Ninguém precisa saber que eu diz DP de Endodontia no quarto ano, mas é importante frisar que esta DP foi importantíssima na minha formação como Dentista. Durante este ano de DP foi que eu pude desenvolver a minha habilidade intelectual e motora dentro da Endodontia e saber que se eu fosse algum dia buscar uma área para me especializar seria ela.

            Ao contrário do ASP a Residência em Endodontia me levaria a um número limitado de Estados onde eu poderia exercer a atividade, mas eu estava disposto a me mudar. Novos ares, novos desafios e possibilidades.

            Terceiro: Residência em Clínica Geral – Advanced Education in General Dentistry – (AEGD). Assim como fazer a Residência em Endodontia me limitaria geograficamente a trabalhar o que não me atraia muito neste programa era a idéia de ter que fazer mais do mesmo. Não me entenda mal. Os programas AEGD aqui nos Estados Unidos são muito bons, mas pessoalmente eu não queria dedicar dois anos de Residência em algo que eu já venho fazendo há quase 15 anos. Eu não me sinto melhor do que ninguém, mas se eu tivesse que escolher entre passar dois anos fazendo Clínica Geral ou me aprofundar no aprendizado e prática em Endodontia, o aprofundamento dentro da Endodontia se mostrou muito mais atraente.

            Para ser bem sincero eu tive uma expectativa muito grande de ser chamado para pelo menos duas entrevistas. Dos locais onde apliquei – 9 programas – eu fui chamado para um e desta chance que me foi dada eu consegui alcançar uma posição em uma lista de espera. Eu aprendi muita coisa neste processo. Aprendi que trabalhar em período integral não te dá a chance de participar em projetos de pesquisa que poderia te abrir as portas para programas de pós-graduação. Aprendi que nunca é tarde para ir atrás de um objetivo. Aprendi e ser mais ousado na minha interpretação de quem eu sou e de me afirmar profissionalmente sem ser arrogante.

            Bom, no final das contas a gente aprende com o que a gente vive. Não dá para pautar o nosso sucesso e a nossa expectativa com a vida dos outros. Citando o cantor Renato Teixeira: “Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”. Viva a sua história, conquiste seus objetivos e seja feliz.

            Um abraço e sucesso sempre.

Culpa de quem?

Culpa de quem?

Acabou?

Acabou?