Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

O  bem econômico mais precioso

O bem econômico mais precioso

            Eu acho que já tenha falado alguma coisa sobre este assunto... Na verdade, eu sempre escrevi sobre alguns assuntos aos quais eu não tinha muito conhecimento de causa. Digo isto porque eu estava dando uma limpada na página do blog e vi algumas postagens que redigi há mais de dez anos. Assuntos como as extintas provas do NBDE parte I e II. De fato, eu fiz a parte I deste exame duas vezes com um período de oito anos entre uma e outra. A parte II eu tive uma idéia do que seria quando eu fiz por duas vezes a prova escrita do antigo NERB, hoje CDCA. Quando eu digo “sem muito conhecimento de causa”, na verdade, eu quero dizer que eu não tive a experiência de ter sido aprovado. Quer dizer... a prova do NERB eu consegui a aprovação e acredito que esta será outro exame que eu deverei refazer, espero, em um futuro bem próximo por conta da caducidade da prova realizada no ano de dois mil e onze.

            Mas outro assunto que eu comentei em uma destas postagens antigas foi sobre a entrevista que se faz necessária para quem quer cursar um programa de validação do Diploma de Odontologia nos Estados Unidos ou programa de Residência, seja em clínica geral ou especialidade. Este momento da entrevista é um pouco amedrontador porque você é colocado contra a parede, muitas vezes com perguntas e discussões as quais nem sempre a gente está preparado para enfrentar. Os entrevistadores querem saber sobre quem é você e como você reagiria em determinadas situações difíceis, testando seu raciocínio logico e seu temperamento. Mas qual a experiência que eu tenho sobre este assunto?

            Nenhuma.

            No momento eu estou escrevendo sobre conversas que eu tive com pessoas que passaram por este processo. Eu sei que estou repassando uma informação como quando brincamos daquela antiga brincadeira “telefone sem fio”. O que a primeira pessoa fala nunca será a mesma coisa compreendida pela última pessoa da fila. Eu sei que isto acarreta muita responsabilidade da minha parte, mas se existe uma forma de me redimir neste caso é o fato de eu ter sido a primeira pessoa a ter ouvido a história original, então eu quero deixar bem claro que a minha intenção é sempre transmitir a informação que eu obtenho. Tem algum viés pessoal neste processo? Claro que tem, mas eu nunca procuro ressaltar os pontos negativos daquilo que eu ouvi. A minha intenção é sempre trazer informação.

            O problema agora é que eu estou passando por um momento em que eu creio que este passo dentro do processo de aplicação pode acontecer em qualquer momento. Como dito na minha postagem anterior, eu terminei as minhas aplicações. Tudo está preenchido, pago e enviado. Alguns programas com algumas exigências diferentes das outras, mas tudo devidamente encaminhado. A sugestão que eu recebi foi de enviar tudo o mais rápido possível, porque a residência que estou aplicando tem seu processo de entrevista feito antes de todos os demais programas, ao ponto de muitos futuros residentes terem a sua carta de aceitação recebida com quase um ano de antecedência. O que no meu caso seria perfeito, porque, caso eu seja aceito, eu teria tempo suficiente para me preparar para esta nova etapa, planejar deixar a posição de trabalho que ocupo há quase quinze anos, fazer o planejamento de mudança de residência, escola para a filha e tudo mais.

            A seleção para a entrevista para residência em si já é uma grande vitória. Digo isto porque dentro do número de pessoas que aplicam para um determinado programa você concorre com outros vinte ou até trinta candidatos tão qualificados quanto você. Se o seu nome se destaca dentro de todos os que aplicaram, significa dizer que você tem grandes chances de ser selecionado. A barreira, agora, é pessoal. E pessoal que eu digo é você mesmo. Como você irá se comportar e responder frente os chefes de programa e outros residentes, procurando convencê-los que você será alguém que elevará o nome do programa durante e depois da sua presença ali.

            Algumas considerações que eu aprendi neste processo de preparação no caso de você, um dia, ser chamado para uma entrevista:

            - Chegue antes do horário agendado.

            Não existe coisa pior para quem marcou um compromisso do que esperar alguém que está atrasado. Este atraso pode ser justificado por um número infinito de desculpas, mas nada vai falar mais alto do que a falta de comprometimento da pessoa atrasada. Trânsito não pode ser justificativa, porque você sempre poderia ter saído mais cedo. Não saber o local da entrevista ainda é pior, porque demonstra falta de interesse de participar desta reunião. Não vou rebater todas as desculpas possíveis aqui. O que eu quero dizer é: Não chegue atrasado. Chegue com pelo menos um dia de antecedência. Faça uma pesquisa no Google para saber o melhor caminho para chegar ao local e chegue com pelo menos quinze minutos de antecedência. Isso dá tempo para você se recompor e se preparar para seu encontro.

            Deixo aqui a história real, ainda que os papéis tenham sido trocados:

            Um candidato para uma vaga em um programa internacional teve uma entrevista marcada para ter a sua recomendação feita para um determinado programa. Sabendo da necessidade de ser pontual, ele fez seu dever de casa: revisou seu itinerário, arrumou-se de acordo com o protocolo exigido, chegou de maneira antecipada, sentou-se na antessala do escritório onde a entrevista aconteceria e aguardou.

            E aguardou.

            E aguardou.

            E esperou.......

            Dali algum tempo, ele perguntou para a secretária que o recepcionava na antessala se a entrevista ainda demoraria a acontecer e ela disse não saber com certeza quanto tempo ainda levaria para a reunião acontecer. Sabendo que este era o último passo necessário para ter seu nome recomendado e não podendo mais aguardar a entrevista começar, ele se resignou, disse que não tinha mais tempo para esperar e foi embora, certo de que aquela oportunidade tinha acabado.

            Qual não foi sua surpresa no dia seguinte quando recebeu uma ligação da pessoa que faria a sua entrevista no dia anterior. Com mil desculpas dadas pela falta de atenção dada no dia anterior, ele acabou recebendo um grande elogio por parte do entrevistador que reconheceu a pontualidade e paciência pela espera e, ainda mais, a coragem do candidato ter deixado a entrevista por causa do atraso demonstrado. Em cima desta decisão de ter deixado a oportunidade da entrevista para trás conseguiu chamar a atenção do entrevistador que acabou nomeando-o para a vaga que, futuramente, fora conquistada pelo candidato pontual.

            Isto quer dizer que esta situação vai acontecer novamente? Improvável! Mas isto mostra um pouco a dimensão de como o norte-americano dá à pontualidade. O tempo, na cultura local, é um bem muito precioso que as pessoas levam muito em consideração. Você ser o motivo da perda de tempo alheio fala muito sobre você e com certeza poderá fazer a diferença dentro de um processo seletivo.

            Mais para vir sobre o processo de entrevista...

Um abraço e sucesso sempre!

Inabalável

Inabalável

Critérios para atendimento

Critérios para atendimento