Residência em Odontologia
Em 2014 nosso Community Health Center tornou-se um local para treinamento de Residentes da antiga instituição Lutheran Medical Center, um centro espalhado por todo o país que oferecia programa de Advanced Education in General Dentistry (AEGD) para Dentistas recém formados em Universidades Americanas e estrangeiros que desejavam buscar aprofundamento em solo americano e, quem sabe, buscar o exercício da Odontologia em Estados Americanos que aceitassem um ano ou dois anos de programa reconhecido pelo Commission of Dental Accrediation – CODA. Naquele nosso primeiro ano, tivemos um Residente recém-formado pela Tufts School of Dental Medicine que após o término da sua residência no AEGD, emendou um segundo programa de Residência em Odontopediatria aqui próximo de onde estamos em Providence, Rhode Island, e hoje ele trabalha como Odondopediatra em Tampa, Florida.
Durante estes anos, tive a oportunidade de entrar em contato com pessoas com perfis bem diferentes uma das outras. Nosso primeiro residente, por exemplo, era originário do Egito. Sua família era egípcia, pois ele mesmo tinha nascido em solo americano. A diferença entre ele e outros egípcios que eu conheci era que ele não era muçulmano, mas cristão copta; um braço da Igreja Ortodoxa centralizada na região norte da África. Outro residente que tivemos, foi um rapaz muito bom de origem chinesa. Calmo, sempre tranquilo e com um sorriso fácil, ele fez o seu segundo ano da residência conosco. Foi tudo bem corrido com ele, porque além de precisar entregar o trabalho clínico que lhe era pedido, ele ainda teve que fazer o seu projeto de conclusão do curso, coisa que quem faz somente um ano do programa não é exigido.
Acho que a grande personalidade que tivemos até então foi uma aluna vinda do Paquistão. Uma residente exemplar daquela que exalava conhecimento e vontade de aprender. Em poucos dias de contato com ela, eu pude ver que ela passaria por aqueles dois anos conosco como se nada tivesse acontecido. Ela simplesmente voou durante o seu período de residência fazendo com presteza e segurança procedimentos que, até então, os residentes antes dela não tinham tido a mesma segurança. Depois de ter concluído o seu período de residência conosco ela obteve um trabalho em Ohio e hoje ela trabalha como Dentista Associada em um consultório na Virginia.
A experiência que eu venho tendo com este contato com Residentes é imensurável. Através deste programa, eu tive a oportunidade de conhecer Atlanta, na Geórgia, fazendo um curso de aprofundamento para Educação Odontológica. Ali, eu tive a oportunidade de conhecer Professores de Faculdades de Odontologia de todo o país, pessoas com as mais diferentes origens, buscando aprofundar sua forma de ensinar e educar futuros Dentistas Americanos. Não somente isto, mas eu procuro sempre me inteirar sobre o que os residentes atuais vêm discutindo em suas reuniões mensais em termos de técnicas de trabalho, material e ciência pois todos eles trocam muitas informações e são constantemente arguidos sobre trabalhos clínicos executados e publicados de maneira mais recente em periódicos odontológicos.
É claro que cada um desenvolve uma experiência durante seu programa de Residência aqui nos Estados Unidos. Isto é uma coisa que não é comum no Brasil, mas creio que seria de grande valia para os Dentistas e a população. Aqui nos EUA o Dentista não é obrigado a fazer residência em clínica geral, mas muitos o fazem para poder desenvolver mais aptidão clínica e aprofundamento nas áreas onde sentiu mais dificuldade durante o curso. Quando o residente termina o seu programa ele entra com mais segurança no mercado de trabalho sabendo exatamente os seus limites clínicos, podendo aplicar todo o conhecimento desenvolvido neste período de Residência. Realmente, um tempo que vale muito.
Um abraço e sucesso sempre!