Autenticidade
Todos nós temos o desejo de ser aceito socialmente. É muito desagradável estudar, trabalhar ou viver em um ambiente onde não somos bem vistos. As pessoas passam e olham de lado. Quando chegamos, os olhos dos outros nos medem de baixo acima, parecendo que estamos de frente com um alfaiate. É uma coisa que não dá para simplesmente deixar de ser. Ainda que tentemos dizer que não é verdade ou simplesmente dizemos que não é verdade, ou que não nos importamos, a verdade é que temos dentro de nós esta necessidade de aprovação.
Imagine agora quando você está imerso, não somente em um ambiente de trabalho ou estudo diferente do que você está habituado. Imagine você estar em um outro país. Um idioma diferente do seu. Uma cultura diferente da sua. O que fazer para ser aceito?
Neste caso não há muito o que ser feito, mas é uma coisa muito interessante perceber que todas as pessoas acabam nivelando-se da mesma forma. Todo mundo quer se mostrar como a melhor pessoa do mundo. É a época da vida onde mais se engole sapo e acaba-se o dia com você não tendo uma indigestão (rancor ou remorso). É o momento onde as pessoas acabam aprendendo a dar risada de si mesmas e que muitas vezes neste processo um amadurecimento acaba acontecendo de maneira não programada.
Eu estava ouvindo um programa de rádio certa vez que este assunto foi abordado. O locutor disse que todo mundo que não fala o idioma local, podendo ser a pior pessoa do mundo, com a pior índole e mau caráter, esta pessoa por não saber falar o idioma local vai se mostrar a pessoa mais aprazível, simpática e amigável possível. A coisa continua por um certo tempo, até que o domínio do idioma começa a aumentar e em um determinado momento as coisas já não são mais como elas um dia foram.
A autenticidade é uma das características que as Universidades e programas de Residência buscam em seus futuros alunos. Não é o que eles podem oferecer para você. É o que você pode oferecer de diferente para eles que irá levar o nome da instituição para patamares não alcançados. Suas notas, trabalhos de escola e atividades acadêmicas acabam ficando em segundo plano, porque todos os que estão ali apresentam características semelhantes. O que destaca você dos demais? Trabalho voluntário? Habilidade esportiva? Habilidade musical? Artes? O que pode diferenciar você de um grupo de mais de 50 candidatos para a mesma vaga, que irá chamar a atenção dos avaliadores e fazer você se mostrar mais qualificado para levar o bom nome daquela instituição para o mundo?
Todos nós temos nossas qualidades e defeitos. Por mais que você não queira ou goste de admitir, infelizmente seus defeitos são os que mais prevalecem na mente daqueles que andam com você. Mas isto não é o que você quer vender como seu no momento de se apresentar. Você quer que as pessoas vejam o que de bom você pode oferecer e de alguma forma fazer com que estas boas qualidades pendam a balança para o lado certo e isto possa te fazer prosseguir para seu caminho desejado.
Invista naquilo que não é tangível. Invista em qualidades abstratas que façam você ser lembrado no momento que alguém sentir ou ver aquilo. Quando pensarem em “justiça”, “verdade” e “honra”, que o seu nome seja o primeiro a ser lembrado e mantenha-se sempre firme, pronto a defender seus valores com unhas e dentes.
Um abraço e sucesso sempre.