Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

House, MD

House, MD

            Dr. Gregory House fez parte das semanas de milhões de pessoas pelo mundo durante a exibição do seu seriado. Considerado um gênio tomado por uns e por outros, adjetivos não tanto publicáveis, o fato é que ele tinha um domínio profundo da sua área de conhecimento. O fato dele não gostar das pessoas acabava por ficar de lado. Sua paixão estava em desvendar os mistérios que aqueles pacientes traziam para ele. Ele tinha uma falta de vontade o motivação tremenda quando o assunto era conhecer seus pacientes. Para isto ele tinha a equipe que trabalhava com ele. Ele atinha-se aos detalhes do histórico médico e mergulhava profundamente na etiologia, diagnóstico e tratamento da doença. Não do paciente. O paciente se recuperar era uma consequência.

            Alguns vão discordar de mim sobre a descrição do Dr. House. Mas como ele mesmo dizia: “I don’t care”. Mas este não é o ponto que quero trazer aqui. Volta e meia durante meu trabalho diário eu me deparo com pacientes que, se estivessem sob o cuidado direto do Dr. House – como aqueles da Emergência do Hospital ao qual ele obrigado a atender – certamente não retornariam. Eu digo isto, porque me falta uma certa dose de honestidade com os pacientes. No intuito de estabelecer um contato mais próximo a eles eu deixo o pragmatismo de lado e contorno a situação com algo menos doloroso, como a verdade crua e nua.

            Isso não quer dizer que eu minta para os pacientes. Não é isso. Eu simplesmente não sou direto e contundente como o Dr. House era. Vejamos um exemplo:

            Paciente chega a consulta com os dentes cobertos de placa, matéria alba, tártaro, gengivite, sangramento e bolsas periodontais reclamando de sangramento quando escova, uso de fio dental e mau hálito. Quando eu pergunto quando ele escovou os dentes, a resposta que vem é aquela de sempre: “Escovei antes de vir pra cá.”

            Dr. House dizia que “todo mundo mente”. É uma característica humana. Não vou me ater a filosofia envolvida no assunto, mas isso é verdade. Sua resposta direta seria: “Você é um idiota”. Desfiaria um rosário de evidencias clinicas provando para o paciente o que ele mesmo não gostaria de saber ou quem sabe até mesmo de ver.

            Não estou dizendo que gostaria de chamar os pacientes de idiotas. Ainda que alguns o sejam, eu não acho que esta aproximação seja a mais adequada. No entanto,  eu sinto um pouco de dificuldade em ser mais direto com o paciente. Naquelas entrevistas de emprego, quando o entrevistador pergunta qual seria o meu ponto fraco eu diria que ser direto com paciente seria algo na qual eu precisaria trabalhar mais. Dói ouvir dos pacientes que eles “herdaram” dos pais aqueles dentes cariados e apodrecidos. A única coisa que foi herdado foi a falta de vontade de escovar os dentes. O exemplo vem de casa, e pelo que vejo por aqui ainda haverão outras muitas gerações de “dentes fracos” a serem atendidos.

            Sendo direto ou não com os pacientes, o que quero dizer é que sinceridade e grosseria são separados por uma linha muito fina. Cruzá-la de maneira irresponsável pode custar uma discussão desnecessária e até mesmo improdutiva economicamente falando.

            Do Dr. House quero ter somente a habilidade e capacidade de diagnosticar e tratar os pacientes.

            Um abraço e sucesso sempre.

Choque cultural

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Orientação vinda de cima

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