Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

Desafios, Conquistas e o Peso do Ensino: Minha Jornada na Odontologia nos EUA

Desafios, Conquistas e o Peso do Ensino: Minha Jornada na Odontologia nos EUA

O que você estava fazendo na manhã do dia primeiro de maio de 1994? Naquele domingo eu estava indo para a Igreja e um dos membros comentou que o Ayrton Senna tinha sofrido um acidente durante a corrida. E na manhã do dia onze de setembro de 2001? Eu estava no consultório e recebi a ligação do meu pai que residia no exterior dizendo o que tinha acontecido. E na manhã do dia quinze de fevereiro de 2023? Eu estava trabalhando, terminando de atender um colega Dentista, indo até à recepção cumprimentar sua esposa quando recebi uma mensagem de email no meu celular. De relance eu vi de onde vinha e no assunto a palavra “Congratulations”.

De lá para cá muita coisa aconteceu. Deixei meu trabalho, mudei-me para um quarto longe da minha esposa e filha, assisti a inúmeras aulas, completei vários trabalhos de laboratório, fiz várias provas, atendi até aqui mais de cem consultas clínicas e agora conto os dias para o final desta jornada.

Parece um sonho.

Mas só parece.

O ingresso dentro de um programa tão disputado e competitivo dá uma sensação de grande conquista. De fato, saber que você vai estar em uma das mais prestigiadas instituições de ensino de Odontologia dos Estados Unidos te faz sentir uma pessoa realizada. Isso é verdade, não discuto e nem questiono. O que poucos dizem, comentam ou ensinam é que para estar ali dentro é necessário reaprender a viver como um aluno. Anos de experiência clínica que simplesmente não significa muita coisa. Você é visto como um aluno como outro qualquer. Mais ainda, eles vão colocar a régua de medida e avaliação para você em um patamar muito maior e com muito mais exigência quando comparado com os alunos do curso normal de quatro anos, como se você naquele momento não tivesse nenhuma outra preocupação além de apresentar um trabalho perfeito em pouco tempo e sem falhas. Mesmo sabendo disto, pouco ou quase nada é possivel fazer, ou contra argumentar em decisões clínicas porque você trabalha sob a licença de uma terceira pessoa que está ali para te avaliar. Alguns — bem poucos — vendo a sua habilidade, oferecem um pouco mais de confiança no trabalho que está sendo executado. Outros tripudiam sobre a diferença de posição questionando sua habilidade, conhecimento e capacidade sabendo que têm como arma a possibilidade de estamparem no seu histórico escolar um relatório negativo de profissionalismo, dizendo que sob circunstâncias clínicas você não soube se portar de maneira profissional.

Infelizmente parece que essa síndrome de superioridade ocupa a vida de pessoas no mundo inteiro. Não é somente no Brasil que isso acontece, pode ter certeza. Se todos os que buscam o magistério tivesse dentro de si a real intenção de ensinar, ajudar e reconhecer pessoas com dificuldade ou facilidade em determinado assunto talvez a qualidade de ensino e de professores estivesse em uma posição diferente.

Eu estava assistindo a um filme, certa vez e lutando comigo mesmo para me lembrar do nome. Neste filme um dos personagens faz um comentário contundente dizendo que não existem maus alunos e sim maus professores, dando a ideia de que está sob a responsabilidade do professor alcançar o aluno de maneira que ele possa assimilar o conteúdo que está sendo ensinado, ajudá-lo na compreensão dos conceitos e guiá-lo na aplicação prática do conteúdo explanado. Tudo bem que não dá para remover do aluno a intenção, vontade e desejo de querer aprender, mas o que eu quero dizer é que sem a presença de um professor engajado, pouco se pode esperar do resultado esperado.

Lembre-se, também, que existe na profissão de um professor, um peso muito grande de suas palavras e este poder muitas vezes mal utilizado pode desviar ou desmotivar um aluno que mira alguma coisa maior naquela pessoa para ela mesma. Eu mesmo vivi esta situação logo no início da minha vida na Odontologia quando um “professor” disse que seria impossível eu trabalhar com Odontologia nos Estados Unidos. 

Um abraço e sucesso sempre.

Reflexões Sobre o Passado: Lições de Resiliência e Crescimento

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