O Mercado de trabalho
Fidelidade, amor à camisa. Quantos de nós já não ouvimos esses dois termos sendo colocados juntos? Mas o que significa isso na nossa vida? Seria alguma coisa superficial onde simplesmente – e metaforicamente – vestirmos todos uma mesma camisa e torcer pelo mesmo time? Interessante pensar que traduzir este termo “amor à camisa” em inglês é uma coisa um pouco difícil porque geralmente o lugar onde você vive é onde a grande maioria das pessoas compartilham o amor pelo mesmo time.
Se você mora na região do Estado de Wisconsin é esperado que você ame e morra pelo time de Football Green Bay Packers. Da mesma forma se você mora na região da Nova Inglaterra – que envolve 5 Estados – o mais esperado é que você torça pelo New England Patriots. Não existe a mesma variedade de times para se torcer como existe, por exemplo, na cidade de São Paulo onde você pode encontrar um grande numero de pessoas que torcem por diferentes times. Ali a ideia de “amor à camisa” fica um pouco mais fácil de entender.
Mas deixando esporte de lado, fidelidade é uma coisa importante e interessante a se pensar quando lidamos com o conceito do lugar onde trabalhamos. Eu cresci aprendendo que os carros da General Motors eram os melhores do mundo. Não porque eu fosse especialista em mecânica ou design, mas por que meu pai trabalhava lá e incutiu na nossa cabeça – minha e meus irmãos - que o melhor carro era aquele vindo de onde ele trabalhava. Funcionou até um certo tempo. Hoje eu dirijo um carro com nome japonês ainda que seja montado nos EUA.
Mais do que torcer e morrer por um time de futebol ou afirmando a qualidade de determinada marca automotiva, fidelidade é uma qualidade que as pessoas buscam uma às outras. É uma característica que pode demorar um certo tempo a ser desenvolvida, difícil de se conquistar e muito fácil de se perder. Basta olhar tantos relacionamentos que são quebrados e perdidos por conta de um simples desvio de atenção.
Fidelidade oferece um alicerce firme nos relacionamentos. Oferece certeza e segurança para aqueles que compartilham dela. Uma pessoa fiel ao seu trabalho defenderá com unhas e dentes a Missão, Visão e Valores da sua empresa. E este é ponto onde quero chegar.
Quando você decidir mudar de vida e saber que você quer seguir sua vida nos Estados Unidos como Dentista, uma das coisas mais comuns que acontecem por aqui depois que a pessoa valida seu Diploma de Odontologia é procurar um lugar para poder trabalhar. Hoje o mercado de Odontologia nos EUA está sendo tomado por grandes corporações que batem de porta em porta em Consultórios bem movimentados e lucrativos e oferecem comparar a carteira de clientes e o consultório todo para expandirem o seu negócio.
Os Dentistas, donos do consultório, acabam vendendo seu patrimônio para uma grande empresa e deixam de ser autônomos para se tornarem empregados. Para alguns no final de carreira acaba sendo uma boa coisa, porque ele pode se planejar da seguinte forma: Vende a carteira de clientes e consultório, trabalha por mais alguns anos sob a chancela da empresa que adquiriu seu consultório e planeja uma aposentadoria tranquila, sendo sabedor que seus pacientes não ficarão desamparados.
Mas para os Dentistas recém-formados isso pode gerar alguns problemas. Geralmente eles dedicam parte do seu tempo – quando não muito todo ele – como Dentistas Associados em um consultório já estabelecido. Ele começa a ganhar prática, aprender sobre o negócio para dali alguns anos montar o seu próprio negocio. Mas as grandes empresas que estão tomando conta do mercado colocam estes jovens Dentistas em um mercado de trabalho que irá exigir deles alta produtividade, alta qualidade em um curto espaço de tempo.
Quando você chegar aos Estados Unidos para buscar o seu sonho de exercer a Odontologia em solo americano, lembre-se que não somente o caminho para chegar ao final é longo e cansativo, mas também manter-se no mercado acaba se tornando um desafio tão grande quanto ou ainda maior.
Um abraço e sucesso sempre!