Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

As Nossas Responsabilidades

As Nossas Responsabilidades

            Você acha que sua vida vai mudar da água para o vinho quando começar a trabalhar com Odontologia nos EUA?

            Você acha que sua vida vai ser mais rentável quando começar a trabalhar com Odontologia nos EUA?

            Você acha que seus problemas sociais irão ser resolvidos quando você começar a trabalhar com Odontologia nos EUA?

            Vamos por partes:

            Sua vida mudará sem duvida quando começar a trabalhar com Odontologia nos EUA. A possibilidade de exercer esta atividade em um país do primeiro mundo realmente é muito atrativo. Contato com grandes profissionais, acesso fácil a excelentes materiais, equipamento, tecnologia... tudo ao seu alcance e ao seu dispor.

            A rentabilidade não deixa duvida que é, de fato, um assunto que faz muita gente parar para pensar. Saber que por vezes poderá trabalhar 4 dias por semana, não ter MUITO problema de inadimplência – esse mal segue os Dentistas em todo lugar do mundo – ter condições de dar segurança e tranquilidade para sua família...

            A segurança de poder ir e vir sem ter medo de ser assaltado, ou de ter o consultório invadido, ou ter a policia de mãos amarradas incapaz de prender o bandido porque um juiz não deu a ordem de prisão por que o bandido era muito jovem e isso poderia prejudicar a traumatizar o rapaz...

            Quero deixar uma coisa bem clara: Tanto no Brasil quanto nos EUA problemas sociais existem em graus maiores ou menores. É claro que não dá para comparar a segurança que se tem de morar no interior dos Estados Unidos em relação com as grandes cidades. Problemas de segurança nas grandes cidades existem tanto aqui quanto no Brasil. Corrupção existe tanto no Brasil quanto aqui. Eu não sou especialista em segurança publica também e nem quero levantar bandeira de nada, mas o que eu percebo aqui nos EUA é que a policia é respeitada e se faz respeitar.

            Um exemplo:

            Nos últimos anos que morei no Brasil, eu morei na periferia de São Jose dos Campos, SP. A parte de trás da minha casa ficava em uma região elevada – pelo menos 30 metros – acima da rua. Logo abaixo uma casa geminada estendia até o limite da rua e era ocupada por uma família. A outra casa geminada creio que estivesse vazia.

            Olhando pela janela do meu quarto era possível ter uma visão privilegiada do bairro e olhando para baixo era possível ver o quintal desta casa. Era parcialmente coberta por uma telha de plástico, formando um pequeno galpão onde as crianças brincavam durante o dia.

            Certo sábado a noite a casa da vizinha começou a encher de gente. Olhando pela janela era possível ver carros estacionados, crianças, adultos e idosos chegando e enchendo a casa. “Uma festa”. Pensei. Tudo bem. Era cerca de 7 da noite e festas neste horário é a coisa mais normal do mundo.      

            O problema era que a posição da casa em relação a minha janela era muito desfavorável acusticamente. Tudo o que se falava no quintal eu conseguia ouvir nitidamente do meu quarto. E problema começou a ficar mais desafiador quando o tempo foi passando e ao invés do pessoal ir embora, mais gente ia chegando. Quando deu 10 da noite a coisa começou.

            A “festa” que eu achava que ia acontecer ali acabou se tornando uma vigília.

            Eu já participei de vigílias na minha Igreja. Isso é ótimo e quem pode participar, realmente deve. Não tem problema nenhum. O problema é quando quem participa de vigília acha que Deus é surdo!

            Bom... nem precisa dizer que aquela noite foi perdida. Eu fui até lá as 2 horas da manhã e a vizinha quase que não me recebeu. “Vou chamar a policia”, pensei. Chamei. Duas horas depois chegou uma viatura com 3 policiais. Eu já tinha perdido o sono mesmo, então sai de casa e fiquei sentado no banco de uma pracinha que tinha na frente de casa. Foi só a policia chegar em casa e eu explicar o que estava acontecendo para naquele momento a vigília estar terminando e todo mundo começar a ir embora.

            O policial olhou para mim, perguntou se eu queria fazer queixa e eu quase disse que sim: para a Corregedoria! Porque que eles demoraram tanto?! Eu também morava lá na Lapa. Lapaputaquepariu.... nem ia adiantar...

            Quando eu cheguei aqui nos EUA, o local onde eu comprei minha casa é uma rua sem saída e uma casa de tamanho médio. Dois quartos, dois banheiros... perfeito para mim. Nem muito grande nem muito pequeno.

            Nesta rua existiam 7 casas. O meu terreno é o que tem um pouco mais de distancia entre todas, mas é possível visualizar bem o vai e vem de carros de todos os vizinhos.

            Certo domingo a tarde – perto das 3 da tarde – começou uma festa na casa de um vizinho 3 casas à frente da minha em direção à avenida de acesso da minha rua. Ele fica bem na esquina entre a avenida e a entrada da rua. Uma casa grande vista de fora. Funciona mais como um Republica daquelas de estudantes mesmo. Mas as republicas aqui são de trabalhadores. O pessoal aluga quartos e moram ali. Muitos não tem família e dedicam seu tempo exclusivamente para trabalhar.

            O negocio foi que aquela festa não era uma festa comum. Era um karaokê. E não era de americanos. Eram brasileiros. E não eram afinados. E não cantavam em volume baixo. E não cantavam MPB. Cantavam funk. Nos EUA, domingo a tarde, 3 horas da tarde. Eu pensei: “Vou me mudar!” Se no Brasil eu quase tive um desarranjo com eles fazendo vigília para Deus, nos EUA cantando pro capeta eu não ia aguentar.

            Bom... felizmente nem só de brasileiros se compõe nossa vizinhança. Em pouco tempo, olhando pela janela de casa voltada para o lado da festa eu vi uma viatura policial entrando na rua. Eles foram ate o final da rua, pararam o carro próximo a minha casa e ficaram esperando por alguns minutos. Enquanto isso o funk rolando...

            A viatura começou a sair da rua em direção a casa da festa e dai eu já não consegui ver mais nada. Mas deu para ouvir. E foi mais ou menos assim:

            - Olha o bonde do tigrão... Vai... pode entrar... quer dizer, come in! É a policia!

            Depois deste anuncio o dia ficou mais silencioso.

            Se o respeito que os vizinhos mereciam não pode ser obtido pelos donos da festa , a policia precisou se fazer presente para poder ajudar.

Por onde começar?

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Minha experiência – NBDE parte I

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