É verdade esse bilete
A gente passa por situações engraçadas na nossa vida. Todos nós passamos. A graça está aonde a gente consegue enxergar e mesmo quando não é engraçado pra gente, para outras pessoas pode ser. Por exemplo:
Quando eu estava na sexta serie fui chamado ao quadro negro para fazer um calculo durante a aula de matemática. Enquanto eu estava pensando como resolver alguém gritou do fundo da sala que a minha calça estava invertida. A parte de trás na frente e a parta da frente para trás. Se eu tivesse achado graça e quisesse sair por cima, talvez tivesse tirado a calça na frente da sala e trocado na frente de todo mundo. Mas eu nunca fui tão ousado.
Todos riram. Cerca de 25 lazarentos e lazarentas mais a corna da professora. A alegria de vários que foi a tristeza de um.
Na quinta série, na aula de inglês, a professora teve a brilhante idéia de dividir os diálogos da lição para cada aluno. Sentávamos em circulo e ela no meio dizendo quem era o próximo. Começou:
- Hi!
- Hi!
- My name is Mike. What’s your name?
- My name is Bill. Are you Peggy?
- Yes! I am.
- Are you Vicky?
- Yes! I am.
Parou ai a aula. Por que o ultimo aluno a responder fui eu. Carreguei isso por uns bons 4 anos...
As aulas de Educação Fisica aconteciam em outro prédio, em um ginásio quase que do outro lado da cidade. O uniforme de Educação Fisica consistia em uma camisa branca com o logo da escola, um short azul marinho, meia branca e tênis branco. Certa vez tivemos a roupa branca lavada com uma toalha ou qualquer coisa que fosse vermelha. Minha camisa ficou rosa. De rosa pra Rosinha foi somente o tempo de eu chegar pra aula.
O problema é que eu pegava pilha, e isso não era bom. Não é bom. Quando a gente aprende a rir da gente mesmo tudo fica mais fácil. Deixa de lado e segue a vida. Fazer o que? Eu luto contra ficar pegando pilha hoje em dia e acho mesmo que demorou muito pra eu entender e amadurecer e finalmente aprender a rir da minha própria desgraça.
Essa semana eu cheguei em casa. Tudo correndo bem. Minha esposa entrou ao meio dia no trabalho e ia chegar em casa as 8 da noite. Sai do trabalho, fiz uma hora, peguei minha filha na escola e fui para casa apertado que estava para dar uma cagada. Aquela que a gente espera o dia todo pra sentar em casa, dar uma relaxada e sair novo, pronto pra outra.
Entrei em casa, falei para minha filha começar a fazer tarefa, procurar alguma coisa pra comer ali rapidinho, subi a escada e fui direto para meu banheiro. Nem vi nada. Eu só queria sentar e esperar o tempo passar...
Foi aquela que a gente sempre espera. Aliviador. Saiu tudo. Consistencia perfeita, nem muito nem pouco. Estava certo de que tinha feito a melhor coisa do dia. Mas então... cadê o papel? Não tinha! Tava vazio! E tinha sido aquele barro que sai esbarrando e você tem certeza que vai deixar marca. Se não limpar direito vai ficar freada e naquele caso ia ser de caminhão Scania 16 rodas.
Eu me lembrei que a minha esposa guardava papel extra dentro do armário onde ela guarda os sapatos. Mas se eu me levantasse naquele momento as bandas iam colidir e pra limpar depois ia ter que usar um rolo inteiro. Eu me levantei meio que sentado para as bandas não colidirem uma com a outra e fui até o armário. Abri a porta e nada! Não tinha papel! Olhei para o lado no armário abaixo da pia e vi ali minha ultima esperança. Não tinha papel! Eu não podia chamar minha filha porque a porta estava trancada, e mesmo que não estivesse, eu não poderia deixa-la ver aquela cena. Não teria dinheiro para pagar terapia para ela...
La estava eu meio sentado, meio em pé, com as calças no chão, xingando tudo o que me passava pela cabeça. Quer saber? Vou tomar um banho.
Depois de banho tomado e tudo lavado, percebi que as coisas sempre podem ser pior do que parecem. Se eu não estivesse em casa e estivesse naquela mesma situação, eu não teria como fazer, a não ser pegar uma toalha e achar um jeito de jogar fora. Mas ai já é forçar demais.
Lição disto tudo é sempre se planejar antes de executar uma grande obra.
É verdade esse bilete.
Um abraco e sucesso sempre!