Lives e Selfies
Alguns termos em inglês acabam tornando-se neologismos na língua portuguesa. Antigamente era o termo “printar” que nada mais era do que imprimir algum artigo ou documento. “Vai terminando o projeto que eu vou printar a escala de turnos”. Alguns destes termos até incomodam quando têm o seu inicio no uso corriqueiro e que, no final, acabam tornando-se membros permanentes da linguagem popular.
Com o advento da internet e a consequente aproximação existente entre as pessoas no mundo estes termos acabaram tornando-se muito mais frequentes no linguajar das pessoas. Quem imaginaria alguns anos atrás pensar que lá no interior do Brasil alguém iria usar o termo “fazer uma selfie” usando um telefone celular? Ou imaginar um agricultor no interior do Estado do Paraná faria uma “live” mostrando como ele prepara um remédio caseiro para matar lagartas?
Uma piada que eu aprendi quando cheguei aqui nos Estados Unidos me foi contada por um americano e acabou tipificando perfeitamente o que acontece por aqui. Pergunta-se: Como se chama a pessoa que fala 3 idiomas? Poliglota. Como se chama a pessoa que fala 2 idiomas? Bilíngue. Como se chama a pessoa que fala um idioma? Americano. Isso acaba zombando dos próprios americanos que não tem a curiosidade ou o interesse ou o tempo ou a vontade ou a motivação de aprender um segundo idioma. Eu não sou sociólogo para entender os motivos que levam a este fenômeno, mas é muito difícil você ouvir de um americano que ele cresceu a vida inteira querendo viver no Japão, China ou qualquer outro país e dedicar tempo e dinheiro para aprender um idioma diferente. No sul dos Estados Unidos é mais comum alguns americanos que aprendem um pouco de Espanhol, mas mais por necessidade, haja visto a proximidade dos países de língua espanhola. Neste caso, como dito, mais por necessidade do que vontade.
Dentro da minha atuação com Dentista no Community Health Center onde trabalho saber Português ajuda muito. O Português tem suas similaridades com o Espanhol e acaba por ai. Se eu fosse pensar em aprender um outro idioma, eu optaria pelo Francês. A população de Haitianos que atendemos é muito grande e, ainda que eles não falem Francês como língua oficial, o “French Creole” oferece uma certa facilidade para quem domina o idioma falado na terra da Torre Eiffel.
Eu falando Espanhol é até uma afronta para Miguel de Cervantes. “Tienes que tener una cita para limpieza dos dientes”. “Su diente tienes una infección y tienes que tener lo tratamiento de los condutos”. Mais surpreso que conseguir me fazer entender é ouvir de pacientes que meu Espanhol é muito bom. Eles ainda temem a seringa com anestésico...
Importante sempre lembrar é que para aqueles que desejam trabalhar com Odontologia nos EUA é preciso ter o conhecimento mínimo do idioma Inglês. Já há algum tempo a prova do TOEFL vem sendo a forma utilizada para comprovar esta habilidade junto a Universidades e, desde 2011, o Board of Registration in Dentistry de Massachusetts. Qualquer pessoa que busque ter seu Diploma validado nos EUA deve conseguir, pelo menos, nota 100 (25 pontos em escrita, interpretação, pronuncia e redação) para aplicar para o Advanced Standing Program oferecido por algumas Universidades.
Prepare-se para as provas pré-requisito – NBDE parte I e II – e estude com afinco para ser aprovado. O sucesso futuro virá com certeza.
Um abraço e sucesso sempre!