Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

Motivação e Preparo   

Motivação e Preparo  

        Motivação é a palavra da vez. 

       Realmente sem motivação não se consegue chegar nunca a lugar nenhum...

       Mas não adianta você estar realmente motivado, pilhado, cheio de energia mas não dispor de preparo.

       Preparo é a palavra da vez.

       Para exercer a Odontologia você deve primeiramente portar um Diploma para isto. Mas se pensarmos dentro das condições normais de pressão e temperatura, devemos crer que você deva ter passado entre quatro ou cinco anos dentro de uma Faculdade e hoje porta orgulhosamente seu Diploma de Cirurgião Dentista. Mas será que isto basta? Bom, sinceramente eu digo que não. E eu conto um caso que aconteceu comigo não muito tempo atrás.

       Desde 2008 eu venho trabalhando em um Community Health Center (Centro de Saúde Comunitária) localizado no Estado de Massachusetts. Um lugar sensacional para se viver. Excelente clima, à beira do mar, paisagens belíssimas e um lugar cheio de imigrantes brasileiros.  (Não somente este lugar onde estou, mas o Estado de Massachusetts inteiro é um dos que abriga e atrai a maior quantidade de imigrantes brasileiros. Existem cidades onde nem falar inglês você precisa, tamanha a quantidade de comércios e pessoas que falam o português.)

       Os Centros de Saúde Comunitária aqui nos EUA funcionam mais ou menos - MAIS OU MENOS - como o SUS no Brasil. Eu ressalto o mais ou menos porque estes centros geralmente são empresas sem fins lucrativos que recebem dinheiro do Governo Federal e Estadual para realizar a prestação de serviço de saúde para a comunidade. E comunidade abrange-se os americanos e imigrantes de qualquer nacionalidade. 

Dentro da gama de pacientes atendidos estão, então, os americanos e os imigrantes como ja foi dito. E pela concentração maior de imigrantes brasileiros na região, se não são americanos que sentam para tratamento, uma boa parcela deles são brasileiros.

       Certa vez uma de minhas pacientes que é brasileira, chegou à Clinica Odontológica com uma amiga que também era Dentista no Brasil. Como fazemos sempre atendimento com hora marcada não é sempre possível dedicar um tempo para conversar com alguém sem hora marcada - e aqui abro outro parêntese: nos EUA você agenda hora pra tudo. A moça da recepção chegou para mim um pouco confusa dizendo que uma de nossas pacientes estava aguardando falar comigo e tinha uma amiga com ela. Eu acharia de extremo mal gosto não dar pelo menos atenção para elas. Pedi que aguardassem até o final do procedimento e logo estaria com elas.

       Terminado tudo, cheguei na recepção e chamei a paciente. Junto com ela veio uma moça. Muito bem apresentada, vestindo-se muito bem, muito bem-educada. Dizia ela que gostaria de fazer algumas perguntas sobre o meu trabalho ali e que ela também era Dentista no Brasil. Ela era Endodontista.

       Comecei fazendo uma breve descrição do trabalho, além do que não poderia me demorar muito porque o tempo estava correndo e eu ainda tinha pacientes para atender. A moça ouviu com atenção e disse que estava ali de férias com o marido e uma filha. Perguntei então se ela estaria disposta a deixar tudo para trás e começar uma nova vida em um país diferente. Ela disse que sim, que se os ganhos fossem satisfatórios ela estaria pronta a recomeçar. Não querendo jogar água fria no seu desejo, fiz um breve discurso sobre a necessidade de ser imigrante legal para se poder trabalhar ali. Ela disse que estaria disposta a esperar o tempo que fosse necessário, mas tinha um pequeno problema: Ela não falava inglês. Aliás, parafraseando-a, ela falou: "Eu não falo um A em inglês".

       Veja bem: se você deseja começar uma vida nova em um país diferente, o mínimo que o bom senso requer é pelo menos arranhar um pouco a língua nativa. 

Educadamente, disse para a colega que antes de tomar qualquer decisão de mudança ela deveria fazer um curso e aprender o idioma para depois pensar em mudar. 

       Não crie falsas esperanças. A vida fora do Brasil não é um mar de rosas, mas sem pelo menos saber o idioma pode se tornar um mar de lama!

       Um abraço e sucesso sempre!

Gerenciamento e Liderança

Gerenciamento e Liderança

Um dia de cada vez

Um dia de cada vez